sábado, setembro 17, 2005

terça-feira, setembro 13, 2005

tactear para ver no escuro III



2004



(poema de herberto helder sobre bloco de notas da ecoteca)

Quando alguém parte, tem de deitar

ao mar o chapéu com as conchas

apanhadas ao longo do verão,

e ir-se com o cabelo ao vento,

tem de lançar ao mar

a mesa que pôs para o seu amor,

tem de lançar ao mar

o resto de vinho que ficou no copo,

tem de dar o seu pão aos peixes

e misturar no mar uma gota de sangue,

tem de espetar bem a faca nas ondas

e afundar o sapato,

coração, âncora e cruz,

e ir-se com o cabelo ao vento!

Depois, regressará,

Quando?

Não perguntes.

ingeborg bachmann / excerto do poema canções de uma ilha

quinta-feira, setembro 08, 2005

um jardim de betão à beira mar plantado ou quando o 'progresso' entra pela porta sai tudo pela janela

temo muito seriamente que o que actualmente é assim

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se transforme nos próximos anos nisto

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estão previstas para a freguesia de Melides perto de 6000 novas camas entre as 50 000 mil que se espera para toda a zona que sobe dali até Tróia
o presidente da câmara municipal de Grândola já afirmou que com ou sem despacho ministerial a coisa vai avançar
é preciso mais?

imagens Google Earth (http://earth.google.com)

ronda nocturna




2005

os seres que se alimentam da luz serão sempre um mistério para mim