sexta-feira, abril 29, 2005
este e outros lados do espelho (n.º 3)
fotografia digital (2005) sobre fotografia p/b (1999) sobre espelho
quinta-feira, abril 28, 2005
este e outros lados do espelho (n.º 1)
helena almeida / série pintura habitada
já não sou eu, mas outro que mal acaba de começar
beckett
segunda-feira, abril 25, 2005
pessoas em flor
ele viu-as:
os cravos a desabrochar das lapelas dos seus fatos de domingo
(eram três, em frente ao seu jornal, no café oásis)
os cravos a desabrochar das lapelas dos seus fatos de domingo
(eram três, em frente ao seu jornal, no café oásis)
sábado, abril 23, 2005
o questionário ao som de calcanhotto
um livro lido. joseph, a um deus desconhecido / zenão, obra ao negro. duas viagens, francisco villa lobos. prometeu agrilhoado, ésquilo. erva vermelha, boris vian o tempo aprazado, ingeborg bachmann memória das minhas putas tristes, gabriel garcia marquez. -----------. -------------.
sexta-feira, abril 22, 2005
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helena almeida / corte secreto / 1981
a vibração do ar na ferida
terça-feira, abril 19, 2005
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helena almeida / negro exterior / 1981
ou subcutâneo
sábado, abril 16, 2005
os dias quase perfeitos
são os passados curvada sobre a terra com o ácer o jasmim os amores (im)perfeitos e as pequenas plantas anónimas que agora se enraízam no jardim
são quando abro brechas na terra como se mergulhasse na água
e é finalmente o encontro de duas paixões
é o confronto com a mulher que diz não se levar demasiado a sério e por isso não estar em inferioridade perante a vida (agustina)
sexta-feira, abril 15, 2005
absolut bergman (persona revisitado)
há estórias e imagens que nunca se esgotam: mais que viscerais são ontogénicas
depois delas nunca mais somos os mesmos nem olhamos o mundo da mesma forma
há realizadores assim, que fazem filmes para habitar em nós
quinta-feira, abril 14, 2005
domingo, abril 10, 2005
tactear para ver no escuro
A cabeça em ambulância
Há feridas cíclicas
há violentos voos
dentro de câmaras de ar curvas
feridas que se pensam de noite
e rebentam pela manhã
ou que de noite se abrem
e pela amanhã são pensadas
com todos os pensamentos
que os órgãos são hábeis
em inventar como pensos
ligaduras capacetes
sacramentos
com que se prende a cabeça
quando ela se nos afasta
quando ela nos pressente
em síncope ou desnudamento
ou num erro mais espaçoso
ou numa letra mais muda
ou na sala de tortura
na sala escura, de infância
Luiza Neto Jorge
sexta-feira, abril 08, 2005
(entre parêntesis)
se não fosse agnóstica esta seria provavelmente a minha imagem de deus: um mago que brinca com as suas serpentes.
quarta-feira, abril 06, 2005
lugares des.habitados
mihai mangiulea / neverplaces 2
Há um barco vazio que ao cair da noite vai descendo o canal negro.
Na obscuridade do velho asilo há ruínas humanas em decadência.
Os órfãos mortos jazem junto aos muros do jardim.
De quartos cinzentos saem anjos com asas sujas de excrementos.
Gotejam-lhes vermes das asas amareladas.
A praça da igreja está sombria e mergulhada no silêncio, como nos dias da infância.
Sobre solas de prata deslizam vidas passadas
E as sombras dos condenados descem às águas soluçantes.
No túmulo, o mago branco brinca com as suas serpentes.
(george trakl / outono transfigurado / excerto do poema salmo)
terça-feira, abril 05, 2005
lugares des.habitados
alentejo / 2005
carcomidos. em carne viva. eles têm o céu entre os limites das ruínas.
segunda-feira, abril 04, 2005
sábado, abril 02, 2005
notas de viagem II
sob as árvores dos largos alentejanos / 2005
lá, as paredes são rasas, quase nulas, porque há sempre uma árvore no centro do coração
sexta-feira, abril 01, 2005
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